Ser e não ser





Sozinho somos potenciais
Compostos somos diferenciados
E bem acompanhados, somos ilimitados

Sou cheio de potenciais
Sou tão diferenciado
E já vivi o ilimitado

Ir além do imaginável
Sonhar o realizado
É voltar a ser acompanhado

Esse é o meu impulso
A minha única fé
A essência da busca

Só ser
Em dois ser

Enquantou isso
Sou só o não ser

Tom Marcelino
13 de abril de 2009

Duvídro

Sempre me senti um vidro
E como vidro, era apenas um caco
Que entre tantos casos
Desenhei mosaicos

Era um vidro frágil
Mas como todos outros
Era somente um caco
Transparente e reluzente
Mas um caco

Gostava de ser um caco
Um pedaço de vidro
Jogado ao asfalto

Mas não sabia ser um vidro
Motivo de embaraço
Até que quando outro caco
Disse ser espelho e fez-me palhaço

Fez-me ver como queria
Não como eu via
E da minha alegria
Daquele bocado
Só sobrou um caco

O espelho refletia
Mas se esquecia
Que a imagem do reflexo
É parte do universo

Esqueceu a harmonia
Buscou em guerras
A sua supremacia

Mal sabia ele
Que num dia recolhido
Por tristeza e agonia
Fui pisado e fiz sofrer
E nesse achado
O tal ferido
Me disse eu ser
Não mais um caco
Imagine o que?

Descobri que espelho é vidro
Também é caco
E assim como eu
Também é fraco.

Tom Marcelino