A felicidade não tira férias...


Inerente ao ser humano é o sorriso, assim como o choro; mas, diferentes da felicidade, eles são apenas expressões de sentimentos. O sentimento em si é a felicidade. Essa que nos esquecemos, que deixamos de lado, que condicionamos a eventos ou circunstâncias distintas da individualidade. As regras coletivas determinam o que é ser ou estar feliz. Mas não se pode estar feliz. Só se pode ser. Ainda que os tristes se enganem e pensem que não o são; são. Não são sãos. Isso sim eles não são.

Ao contrário do que muitos pensam, a felicidade é uma condição permanente. O que não é constante é nossa consciência dessa condição.

Obsoletos, prepotentes e arrogantes – Os Especialistas


Acreditem, a área de maior predominância da prepotência e arrogância encontra-se entre os pseudo-especialistas. A princípio, especialistas são profissionais ou estudiosos de determinado assunto em específico, de um segmento de algo maior. Infelizmente os verdadeiros especialistas estão desaparecendo. Hoje freqüentemente o que encontramos por aí são repetidores de teorias já enrijecidas ou aceitas como verdades incontestáveis. Mas não são exatamente essas características que os tornam obsoletos, prepotentes e arrogantes. A essência da desqualificação de tais pseudo-intelectuais deve-se especificamente à fuga do debate aberto com pensantes não especializados sobre determinados assuntos. Ao contrário do que se deveria esperar dos pensadores de especialidades, na maioria dos casos, não encontramos entre eles inovações nem originalidade, muito menos humildade. Acreditam eles, ter a percepção perfeita sobre as verdades dos seus segmentos (será elas existem? sei não). Dessa forma, acabam desqualificando àqueles que com ousadia e transgressão tentam discutir determinados assuntos sob os quais os especialistas se acham os únicos donos de razão. Sinto informa-lhes, caros especialistas, mas o diálogo pode sempre ser agregador e a humildade de discutir assuntos sob os quais se acredita ter tamanha sabedoria não deveria vos ser repelente. Ao debater determinadas questões com leigos, podem-se despertar inúmeras novas reflexões incitadas pela curiosidade ou mesmo pela ignorância, e, com essa possibilidade, repensar as teorias e criar novas hipóteses mais autênticas, originais e até mesmo revolucionárias. Com certeza isso é melhor que qualquer “não vale a pena conversar com você sobre isso”.

Eu e a representação de deus

Um garoto de 17 anos vai a igreja e procura um confessionário... ao chegar diante do padre escondido atrás das divisórias que separam 'sabedor' e 'aprendiz', diz-lhe em segredo:
- padre, hoje eu fiz uma coisa
- conte meu filho
- dizem que é errado
- então você veio ao lugar certo
- eu menti para a minha mãe
- então vá ao oratório e reze 10 ave maria
- mas padre...
- o que foi ?
- não estou arrependido
- não está ?
- não...
- então reze mais 20 ave marias
- mas pq ?
- pra se arrepender de não estar arrependido
- não entendi...
- não precisa entender, precisa de perdão
- mas perdão pelo que?
- pelo que vc fez
- e o que eu fiz ?
- não se arrependeu do pecado
- que pecado ?
- o que vc disse no início da confissão
- eu só disse que menti pra minha mãe
- pois isso é um pecado e você deve se arrepender para ser perdoado
- eu estou arrependido é de ter vindo aqui...

A Sociedade e a Cultura da Negação

Parece peculiar que os indivíduos das sociedades modernas apresentem inerentemente padrões de neuroses. Neuroses são problemas do sistema nervoso que não tem causas demonstráveis e que, diferentemente da psicose, conservam a referência à realidade, ligam-se a situações circunscritas e geram perturbações sensoriais.
A privação individual de atitudes e pensamento em detrimento ao esperável, concebível ou mesmo tradicional na cultura têm tornado os indivíduos cada vez mais neuróticos e padronizados. Máscaras são necessárias, mas elas não podem se apropriar da face humana. Quando isso acontece, quando as pessoas deixam de reconhecer a si mesmas e começam a se perceber como a máscara que as cobrem, a ansiedade, a depressão e outros transtornos psíquicos se manifestam tentando reverter essa realidade.
Se o desejo é a liberdade, a plenitude e a originalidade, esqueçam as convenções. Sejam autênticos. Façam da realidade um mundo confortável para as individualidades e diferenças.

Crime e Castigo - Corrupção Incontrolável do Brasil

As normas sociais sempre valorizaram o interesse coletivo acima das benesses pessoais. Esse sentimento de relevância superior da sociedade em relação ao indivíduo, a princípio, deveria regulamentar a vida de todos nós. Esse marco regulatório da organização social, quando inerente às culturas, permite que o todo prevaleça sobre as partes. Assim sendo, ninguém está acima da lei, e a lei é a mesma para todos, indiferente à classe, raça, religião ou etnia.

Já em 1866 o escritor russo Fiódor Dostoievski abordou o tema do desvio de comportamento no seu livro, Crime e Castigo, clássico da literatura mundial. Nele, um indivíduo ao cometer um delito, apesar de inicialmente não ter sobre si nenhuma pena imputada, acaba por não conseguir dar andamento à sua vida por conta do sentimento de culpa.

No Brasil, infelizmente a sociedade raramente é contemplada pelo interesse geral. Alguns segmentos seguem ostentando tratamento diferenciado e praticamente não são submetidos ao julgo da lei. Aqui, como em outros paises incapazes de se desenvolver, prevalece a prática da impunidade; e isso se tornou cultural. Ao perguntar a qualquer cidadão sobre a possibilidade de castigo aos corruptos, as respostas serão invariáveis: com eles nada acontece. Aqui, o crime tem compensado seus praticantes.

A corrupção se tornou regra, segundo últimos levantamentos do instituto de transparência internacional. Já é maioria, é sistemática e é reversível. Isso mesmo, reversível. Para os incrédulos isso é impossível. Mas há sim saídas para essa situação. Enquanto não atingimos os níveis de civilidade cultural onde a autopunição é o grande desestimulador da corrupção, devemos investir incessantemente na aplicação de penas aos comportamentos ilegais. A impunidade deve ser abolida. Só assim, um dia, a justiça será verdadeiramente justa e independente, e os cidadãos estarão mais passíveis da autopunição do que do castigo legal.

Altruísmo – Humanos e Primatas

Segundo o pensamento de Comte (1798-1857), altruísmo é a tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro e que, não obstante sua atuação espontânea, deve ser aprimorada pela educação positivista, evitando-se assim a ação antagônica dos instintos naturais do egoísmo.

Em busca da origem do altruísmo humano, pesquisadores estão realizando experiências com primatas. Os resultados iniciais indicam que os macacos podem ser os únicos animais a terem essa característica, antes considerada exclusivamente humana.

Na maior parte da minha vida, achava que o altruísmo era uma característica oposta ao egoísmo. Ou seja, achava que as pessoas altruístas eram praticamente desprovidas de egoísmo. Na verdade, este conceito já não me é mais válido.

Os biólogos evolutivos costumam explicar ações altruístas como, na verdade, nepotistas - em outras palavras - vale a pena ajudar os próprios parentes porque eles carregam os mesmos genes que você; na prática, parte de você se reproduz com eles. Isso explica biologicamente o ato altruísta. Porém, fica em aberto os casos de altruísmo para com pessoas sem parentesco ou até mesmo desconhecidas. Penso que nesses casos, existem outros fatores, fatores egoísta, de auto-realização, satisfação pessoal ou mesmo a expectativa de que fazer o bem ao próximo é emprestar um ato que um dia você pode precisar de volta.

Acredito, portanto, que o altruísmo é, em muitos casos, uma ação egoísta, variando entre a consciência do ato e a atitude inconsciente. Em ambos os casos, Isso não implica necessariamente em uma ação negativa, ao contrário. Vivam os altruístas egoístas. Se temos o instinto natural do egoísmo, então a melhor forma de utilizá-lo é sendo altruísta.

Obs.: Ainda estou pensando sobre o assunto, não estou plenamente convicto sobre os conceitos e teorias do altruísmo.

The doors of perception – As portas da percepção

A citação “Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito" do inglês William Blake serviu de inspiração para o título do livro de Aldous Huxley – The doors of perception. De acordo com Huxley o cérebro humano filtra a realidade de modo a não permitir a passagem de todas as impressões e imagens que existem. A partir daí ele desenvolveu estudos com drogas em que deduzia que elas ampliavam a percepção humana. Essa teoria foi fundamental para o movimento hippie e foi também a inspiração de Jim Morrison para o nome de sua banda – The Doors.


Relevando a teoria sobre as drogas , concordo com Huxley no que diz respeito sobre a limitada capacidade da maiora dos humanos em absorver a realidade. A sociedade contemporânea é sistemática, dinâmica e funcional. O indivíduo é apenas um item desse organismo maior. Para evitar o caos, a estrutura social exige delimitações e regras. Deseja padrões de comportamento e pensamento. Essa requisição funcional, inerentemente, já traz consigo o julgamento do certo e do errado, da moralidade e da existência de culpa, impedindo as pessoas de experimentar, vivenciar, transgredir e finalmente mudar. A composição do pensamento humano é formado pelas informações do ambiente que o contempla e das suas experiências interativas, suas vivências. Em ambos os casos, existe uma padronização social e cultural em que as informações e vivências são cada vez mais comuns, no sentido de serem semelhantes e experimentadas pela maiora. No entanto, com tanta regulação sobre nossas atitudes e pensamentos e tantos guias de comportamento adequado, nos tornamos aprisonados, acuados e compelidos a não evoluir. As consequências para os que ousam transgredir os valores sociais, culturais e morais, são devastadoras. Só os mais fortes e preparados realmente conseguem lidar com os efeitos exclusitivos de suas ações. São julgados, discriminados e expulsos da normalidade. Mas, só através de tal ousadia e transgressão, onde as experiências permitem enxergar o invisível, possibilitando uma nova experimentação, onde o absoluto perde o sentido e a relatividade se torna a condição, é que realmente alcaçamos a liberdade, a consciência plena e o real entendimento do infinito.

Solstício de Inverno

Os Solstícios, de verão ou de inverno, são as duas datas em que o sol atinge o maior grau de afastamento angular do equador, no seu aparente movimento no céu, e que são 21 ou 23 de junho (de inverno) e 21 ou 23 de dezembro (de verão). A festa junina tem origem européia e a data da sua comemoração é 24 de junho, que nada mais é que a comemoração do solstício.

Você sabia? O nome quadrilha é referência a uma dança francesa formada por quatro pares, a "quadrille", daí o nome.

é...vivendo e aprendendo...

Bompreço, Bomroubo - O Segredo

Engana-se quem pensa que grandes empresas são regidas por boas práticas. Ações inescrupulosas são admitidas em rotinas administrativas de megacorporações . A diferença é que, nessas empresas as práticas são profissionalmente maquiadas. Vejamos o que acabou de me acontecer:

Domingo, 17 de junho , 23h - Loja Bompreço Salvador , bairro armação.

Querendo realizar um ultimo desejo noturno antes de me embriagar em necessário sono reparador pré-segunda-feira, resolvo ir ao supermercado comprar sorvete e palavras-cruzadas (vulgo picolé). Após retirar os dois itens desejados das referidas gôndolas, me dirigi à fila dos caixas reservados a pequenas compras. Obviamente, fui obrigado a constatar um casal que, dando um jeitinho, mas na maior cara de pau, ultrapassou o limite estabelecido de itens para compras naquele caixa. Tudo bem. Vou abrir uma exceção. Não. Domingo a noite, realizando uma ultima vontade, não vou perder minha paciência e minha tranqüilidade com isso. Espero alguns minutos e sou atendido. A operadora de caixa registra minhas compras e para a minha surpresa, pah - valores divergentes entre a leitura ótica e os preços fixados nas palavras cruzadas. Na capa da revista, R$2,49. Na leitura ótica, R$2,81. Não. Não vou permitir que isso tire minha tranqüilidade pré-onírica. Afinal é domingo, quase segunda. A operadora chama o supervisor, que constata o erro e digita alguns códigos no caixa que, finalmente, corrige os valores. Agradecido, praticamente esboço um sorriso para a funcionária da loja. Valor da compra: R$9,74 do sorvete + R$2,49 da revista. Total R$12,23. Felizmente, tenho o dinheiro trocado. Pago-lhe R$12,30. Não sou expert em matemática, mas calculei que receberia de troco R$0,07. Bom... a matemática do “bom”preço me ensinou que seriam R$0,05. Isso mesmo, eles não utilizam moedas de 1 centavo (na verdade fingem que nunca as têm). Pronto. Está feito. Perdi minha paciência, minha tranqüilidade, enfim, meu sono reparador pré-segunda-feira. Fui roubado em R0,02 pelas lojas bompreço. Fiquei indignado. Resolvi me tornar um expert em matemática. A rede bompreço é formada por 119 lojas em 9 estados. Supondo, por baixo, que em cada loja 2 mil pessoas façam compras diariamente e que cada uma delas seja usurpada em R$0,02 centavos, acreditem, o “bompreço” fatura $$$$$$ R$142.800,00. Isso mesmo. CENTO e QUARENTA e DOIS MIL e OITOCENTOS REAIS. Chamam-me de queixoso, de reclamante, às vezes até de chato. Eu não, eu sou cidadão.

"Relaxa e goza..."

Esse é o mais excelente artigo escrito sobre a aberração dita pela ministra do turismo em plena época de apagão aéreo...

"Agora, imaginem se pudéssemos levar "ao pé da letra" a declaração da Martinha, que seria o "nome de guerra" que a nossa "meretríssima" ministra poderia adotar: atraso no vôo 171 de Brasília para São Paulo. Os passageiros são informados: terão que esperar, pelo menos, por duas horas e meia! Confusão, reclamação no balcão da empresa aérea, funcionários da mesma sendo ofendidos e agredidos gratuitamente por gatunos, digo deputados, em sua maioria... um fuzuê geral! Claro, é tarde de uma quinta-feira e o pessoal da Ilha da Fantasia, digo Brasília, está doido para voltar para casa depois de uma estafante semana de trabalho de dois dias e meio, porque os deputados do nosso balcão de negociatas, digo (ou vulgo) Congresso, só trabalham a partir da terça-feira. Não esqueçam que as passagens dos reclamantes são pagas pelos impostos recolhidos de uma população que, em média, precisa trabalhar 127 dias para honrar. 127 (cento e vinte e sete) dias! As casas deles a população paga também. Eles as obtém ou de forma honesta e lícita, através do usufruto de seus "escassos rendimentos", ou de forma "não contabilizada", como diria, já que toquei na palavra "cinismo", Delúbio Soares, "ex-tudo" (e nem sei se atual alguma porra) do PT.



Sim, mas, voltando ao assunto, no meio daquela confusão toda, entre uma gravata afrouxada e um paletó desabotoado devido ao calor dos reclames e protestos, eis que surge a Martinha, sempre com muito laquê, mas, agora, toda de vermelho, trajando microssaia de couro, top a manter firme o peitoril já tão chupado pelo Duda e por tantos outros mais, chicotinho nas mãos a estalar numa de sua nádegas, anunciando: "Calma, pessoal! Eu sou a Martinha, Meretríssima do Turismo! Façam fila aí, porque agora chegou a hora de 'relaxar e gozar'! Assim vocês vão 'esquecer todos os transtornos'! Quem vai ser o primeiro? Olha, sou 'completa', só é preciso fazer um leve desembolso! Calma! É quase o precinho de uma taxa de embarque! Coisinha pouca, sabem? Só pelo trabalho que terei de limpar mais um 'cantinho'! E ela pensa: "Não dá para cobrar muito caro não; não estou mais com essa 'bola toda'." E eu penso: "É, Dona Marta, você não está com essa bola toda mesmo não. Aliás, até está quando, na verdade, não deveria estar..."



Que vergonha!"

Fábio Caetano Coelho

Justa Causa

Hoje fui perguntado por que demoro tanto par atualizar meu blog (o outro, www.comunicaos.blogger.com.br)... disse que para isso precisava que fatos relevantes acontecessem em minha vida, e como eles estão escassos, fico sem inspiração pra poesias... Decidi então escrever nesse novo espaço... sem comprometimentos com formas e/ou conteúdos. Apenas referências indefinidas...
p.s.: Thanks for questioning carolinda...